domingo, 7 de julho de 2013

Criação de Camarão Malásia




Criadora de camarões de água doce em Prata visa triplicar produção


Uma criadora de camarões de água doce, especificamente da espécie Malásia, na cidade do Prata, a 84 km de Uberlândia, está em fase final de construção de um laboratório para produzir as larvas do animal. Até o ano passado, as pós-larvas do camarão eram trazidas da região dos Lagos no Rio de Janeiro, a mais de 900 km do Prata, e a engorda feita na Fazenda São Pedro.
“Com o laboratório de larvicultura, nós teremos um ambiente propício para a eclosão dos ovos. Assim, não vamos mais ter as perdas de mais de 30% dos animais que chegavam mortos e a nossa produção vai quase triplicar”, afirmou a criadora Maria Aldeíde da Costa Borges. Até 2012, a criadora fazia apenas a engorda do camarão.
A intenção também é passar a fornecer pós-larvas para fazendeiros da região interessados em criar o camarão. “Isso vai ser bom para os pequenos produtores. Eles podem ter apenas um viveiro, mas podem me vender o camarão, já que eu tenho toda a estrutura de abate, congelamento e embalagem. Então, eles produzem já sabendo para quem vender”, disse Maria Aldeíde Borges.
Compradores da Espanha, Itália e Estados Unidos já procuraram a criadora para negociar a produção de camarões Malásia da fazenda, mas ela quer, primeiramente, expandir a venda interna. “O consumo de camarão ainda está muito elitizado. Eu pretendo crescer dentro do Brasil e produzir mais para poder dar a oportunidade de os brasileiros consumirem camarão de qualidade”, disse. Os principais compradores da Fazenda São Pedro são restaurantes paulistas.

Lucro pode chegar a 200%

A criação de camarões Malásia é de baixo custo, de alta rentabilidade e pode ser feita em pequenas áreas. O custo da criação ou engorda varia entre R$ 13 a R$ 15 por kg. A venda do camarão no atacado é de R$ 25 a R$ 29 o kg. Já no varejo, esse valor chega a R$ 45 por kg. O lucro da produção varia de 92,3% a 200%.
Em 2012, a criadora Maria Aldeíde da Costa Borges, que produz o camarão Malásia há 17 anos na Fazenda São Pedro, na cidade do Prata, teve uma safra de 640 mil crustáceos, o que corresponde a cerca de 4 toneladas.
A criadora faz a engorda de 3 a 9 meses em 21 viveiros, distribuídos em 5,65 hectares da fazenda. “Cada comprador quer um tamanho diferente. Para fazer o camarão paulista, por exemplo, eles querem os de 6 meses, já restaurantes japoneses preferem os com 3 meses”, disse.

Propriedade tem parceria com quatro universidades

A Fazenda São Pedro, na cidade do Prata, é a única criadora do camarão na região do Triângulo Mineiro e também a única do Brasil que possui a certificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de produção de camarão de água doce. A propriedade ainda é considerada um modelo de engorda desta espécie de crustáceo e tem parceria com quatro universidades e dois institutos federais com os quais desenvolve pesquisas na área. Pelo menos uma vez por ano, os alunos visitam a fazenda para um dia de campo. “Durante o dia que eles estão aqui, eu dou uma aula teórica sobre a engorda do camarão, uma aula prática sobre a despesca e eles conhecem o processo do abatedouro”, disse a criadora Maria Aldeíde Borges.

Camarão de água doce, espécie Malásia

- Custo de criação ou engorda: entre R$ 13 a R$ 15 por kg
- Tempo de engorda: de 3 a 9 meses
- Venda atacado: de R$ 25 a R$ 29 o kg
- Venda varejo: de R$ 33 a R$ 45 o kg
- Lucro da produção: entre 92,3% e 200%

Diferença do camarão de água doce para o camarão marinho

- 30% menos colesterol
- Sabor mais leve

Engorda na Fazenda São Pedro em 2012

- 640 mil camarões
- 4 toneladas
- 21 viveiros em 5,65 hectares

Universidades e Instituições parceiras

- Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
- Centro Universitário do Triângulo (Unitri)
- Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)
- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Jaboticabal (Unesp/Jaboticabal)
- Instituto Federal do Espírito Santo (IFES)



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